Ter Estilo não tem preço.

Ter estilo nunca foi sinônimo de dinheiro - e sim de conhecimento.

Calma aí, eu não estou aqui para falar como conseguir roupas de graça. Na verdade, vim falar sobre uma questão que sempre vai atravessar a mente de alguém que está em sua jornada para encontrar o estilo próprio: Peças mais caras são melhores? Essa pergunta pode variar para “mais estilosas”, “mais descoladas”, até mesmo para “duram mais”.

Existem muitas camadas para falar sobre, mas uma coisa eu posso te garantir: O preço das coisas deve NUNCA medir o valor pessoal que ela tem para você.

A Alta Costura

Primeiro, vamos falar sobre marcas que englobam preços mais elevados. A partir disso, podemos partir para VÁRIOS contextos diferentes. O preço de um produto pode diversificar muito, principalmente quando os princípios de uma marca são postos na mesa.

Por exemplo, existem marcas que fazem linhas de roupas feitas para agregar um “status quo”. A proposta é justamente ter um produto de valor elevado, maioria das vezes agregado pelo status de se possuir tal produto, e são altamente dependentes de transformar o usuário em um tipo de outdoor ambulante. Um dos casos mais típicos são as logo tees de marcas como Gucci, que são nada mais e nada menos do que camisetas de algodão de cores neutras e que contam com um logo praticamente colado na superfície. A proposta do produto é no mínimo contestável, uma vez que o produto não transmite quase nada de design, pedigree, tampouco qualidade de tecido.

Exemplo de Camiseta "Outdoor"

No entanto, olhando pela ótica da mesma marca, Gucci também tem peças com maior pedigree histórico. Desde ternos com recortes sofisticados até acessórios que podem durar décadas com o devido cuidado, entramos finalmente no conceito da alta costura. Existem sim peças que foram desenvolvidas com um intenso processo criativo e de design, e que contam com um processo de manufatura basicamente artesanal. Só me desaponta muito ver que as “logo tees” fazem MUUUITO mais sucesso nos feeds de Instagram, pelo que me parece.

Exemplo de Terno com DNA Gucci

Roupas usadas

Como eu disse nos parágrafos acima, existem peças de alta costura que duram por muito tempo. Na Europa, por exemplo, é muito comum encontrar peças de altíssimo padrão em brechós, e em bom estado. Porém, uma vez que a peça já foi usada - às vezes, menos de 3 vezes -, o valor da peça costuma cair. Eu sei, eu sei… Aqui no Brasil, é muito difícil encontrar peças desse padrão só dando sopa em brechós da cidade. No entanto, esses espaços têm uma coisa fenomenal: peças que estão em brechós são geralmente mais diferentes do que se encontra em lojas.

Convenhamos, as lojas em shopping de hoje em dia são (em sua grande maioria) voltadas para o fast fashion, então é difícil achar algo mais submersivo ou “na contra mão”. Os brechós, por outro lado, podem contar com peças que foram "rejeitadas'', ou ao menos são mais vintage. O estilo mais retrô é algo que vem voltando à tona atualmente, e às vezes tudo que você precisa é de uma camiseta gráfica diferente, coisa que você pode achar à preço de banana em brechós.

DIY (Faça você mesmo)

Ultimamente quis me experimentar com a ideia de ter um dedo maior nas roupas que eu visto. Desde pedir para uma amiga minha bordar uma capa de álbum em uma camiseta minha, até mesmo escolher cadarços estilo “fat laces” para tênis que não comumente são vistos dessa maneira. O DIY é uma porta para infinitas possibilidades, e é basicamente o cúmulo da expressividade pessoal.

Air Force 1 customizado, com gráfico japonês

No entanto, não são todos que possuem os meios e as habilidades necessárias para fazer customizações por conta própria. Pessoalmente sou péssimo com habilidades manuais, então você não vai me ver pintando um Air Force 1 Branco - a não ser que queira ver algum tipo de aberração

Hoje em dia, existem serviços interessantes disponíveis em algumas lojas, que visam verticalizar a moda: você fornece o produto de base (um tênis, uma calça…), e paga pelo serviço de restauração e customização. Assim, você consegue reaproveitar uma peça que já tava mais “careta” no seu guarda roupa, e dar o tempero que você precisava. A Sole Hunter, marca de Felipe Matayoshi, fornece um serviço bem legal e customizado para agregar solados completamente diferentes nos seus tênis, por exemplo.

Exemplo de Vans SK8 Hi customizado pela Sole Hunter

Então, afinal, custa caro ser estiloso?

Obviamente, comprar novas peças de roupas, ou até mesmo customizá-las, têm seu preço. Porém, precisamos desconstruir a ideia de que pessoas estilosas só compram de grifes. As marcas de alta costura são uma alternativa válida para encontrar peças novas e que possam apimentar o guarda-roupa. Porém, não se deixem levar pelo status quo que essas marcas podem apresentar.

A busca do estilo próprio consiste em se explorar, entender o que você mais gosta e encontrar as peças que melhor te representam. Não deixe colocarem uma tarja de preço na sua personalidade, porque os resultados podem variar desde um guarda-roupa vazio ou sem personalidade, até mesmo com seu nome sujo no Serasa.

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